domingo, 9 de setembro de 2012

Não estás só

Um dia de facto, se pensar bem, atrever-me-ei a afirmar que o mundo irá renascer, igual para todos.
Esse dia está distante, ainda não visiono a luz ao fundo do túnel, mas não vou nem quero perder a esperança. Vivo já faz tempo, confinada ao meu ser, dedicando-me exclusivamente a mim, e exteriormente consigo observar tudo.
Vejo pessoas com quem convivo expostas a pessoas cruéis. Tenho uma “amiga” poderemos designa-la assim, a qual cheguei a conclusão que tem medo de viver. Não lhe aconteceu nada que a levasse a isso, simplesmente nasceu diferente. Todos os dias é confrontada com pessoas que a tentam “matar”, e colocar-lhe o rótulo de anormal, e com o tempo tenho-me vindo a aperceber ainda que não lho diga, que esta tem medo de sair a rua, de ir a um bar a noite, de ser ela própria e viver como uma rapariga de 17 anos.
O mundo dá voltas e voltas, mas parece-me que nos aspetos de igualdade pouca foi a evolução desde a era primitiva, parecendo-me mais ter havido pelo contrário um retrocesso, talvez seja devido ao facto de vivermos na chamada aldeia global.
Todos os dias morrem pessoas, não estou a falar das que morrem de velhice falo sim das que lentamente cavam a sua cova, devido a pessoas estupidas, sim não tenho outro termo, que as fazem desistir de viver.
Eu própria já me encontrei a beira do abismo, mas neste momento sinto-me bastante feliz comigo, e cresci muito como pessoa. Dedicando-me agora quase em exclusivo a ajudar quem está a passar por aquilo que já passei.
O caso desta minha amiga, é um desses casos, mas sinceramente é difícil ajuda-la quando todo o mundo a deita abaixo e a faz pensar que não presta. Vejo-a a cometer vários disparates, e dizer que gosta, dizer que esta bem e quando olho para ela e vejo a dor e a magoa que sente quando lhe apontam o dedo na rua.
Sinceramente no caso dela já me passou pela cabeça desistir pois achava que era um caso perdido, mas nunca o fiz, pois ela possui uma força de vontade incrível e o dom de apesar de tudo me fazer sorrir. E sei que bem no fundo ela deseja ser normal, e tratada como gente fora de casa e longe das pessoas mais próximas, sei que ela anceia passar na rua e ver que ninguém olha para ela e comenta o facto de ela estar ali. Ela é das pessoas mais fantásticas que conheci, e sempre que vejo alguém a gozar com ela a vontade que tenho e matar essa pessoa, pois ela não merece e ela sabe disso.
Nunca fez mal a ninguém, pode ter muita garganta, não falar direito, ter uma gargalhada estridente, mas isso não faz com que ela seja um monstro que todos queiram e devam atacar, vejo muita gente a dizer que é a favor, da igualdade entre pessoas, raças e culturas mas muito poucos a dar uso as palavras e respeitar os outros. Se todos se respeitassem e vivessem em sociedade, não existiria fome, guerra, ou países de 3º mundo. 
O tempo passa, e infelizmente vejo a nossa sociedade dita correta a afundar-se cada vez mais, cada vez vejo pessoas com menos valores e princípios, se todos são iguais, expliquem-me porque existe gente como a minha amiga que nem sair a rua tem vontade porque é diferente do chamado “Modelo perfeito de gente perfeita”?
Ela não está só e enquanto eu tiver forças estarei sempre com ela e apoiá-la-ei sempre, e para o caso de ela ouvir este meu desabafo quero apenas frisar que ela não esta só e o melhor remedio para a gente medíocre, é não ligar pois “Girl your amazing just the way you are”. Acredita em ti e manda a sociedade foder-se és bem mais importante do que qualquer idiota, algum dia te diga.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

A verdadeira razão que a propria razão desconheçe

Quero conseguir ter coragem para gritar, escalar a enorme muralha que me separa da voz que necessito, mas falta-me coragem para o fazer.
Sempre que escalo caio, parece que me encontro condenada, a passar toda a vida a tentar alcançar o inalcanssavel assim como Sisifo a levar a enorme rocha ao cimo da colina....
Um pensamento, uma ideia, um sorriso fingido, uma emoção falsa, uma lágrima censurada, uma voz formatada, é tudo aquilo que me resta.
Não!
Os pensamentos não me deixam resignar á simples consciência existencial que me tenta seduzir, um demónio que me tenta corromper, fazer um pacto comigo, e em troca arrancar-me a alma a ferros, condenando-me a uma vida eterna de sofrimento.
As sombras negras e sombrias perseguem-me corrompem o meu ser, fazem-me gritar, e perder o sono.
Gasto latim em vão, prensando lentamente palavras numa folha que mais tarde como tudo irá envelhecer, perder a sua graça e esplendor, afinal tudo o perde, e um dia essa folha será amarela e gasta, e conseguirá por fim, contar a historia da sua vida, e de quem escreveu o texto que nela se encontra. É um facto que existem inúmeras ciências capazes de o fazer mais cedo, descodificando através de processos físicos e químicos os segredos que ela tenta esconder. Na minha sincera opinião duvido que alguém se importasse com o que a folha diria, tanto ela como eu aparentamos ser pessoas desinteressantes que nada tem para dar.
A princesa das nuvens mais brancas também cria as tempestades mais frias, ouvi dizer uma vez, talvez seja esse o derradeiro problema que ilude a maioria das pessoas: A aparência!
Sim é isso!
Talvez...
Não sei bem...
A sociedade é estranhamente cada vez mais previsível, e tornasse aborrecido tentar conhecer um pouco mais do que ela estranhamente nos tenta mostrar... Afinal de contas quem se interessa por algo tão previsível?
"O mundo é para quem nasce para conquista-lo e não para quem pensa que pode conquista-lo ainda que tenha razão" já dizia Pessoa, talvez ele tenha razão... Afinal de contas, quantos homens nascem com sonhos e acabam por ser formatos acabando por se esquecer que talvez, a verdadeira razão das coisas seja simplesmente o facto de serem diferentes...
Há muito tempo que não sonho, apenas conspiro em segredo, filosofias, politicas, pessoas, e mundos, que talvez um dia, eu veja se tornarem reais, tenho essa esperança!
Talvez seja tolo da minha parte admiti-lo perante o mundo... Tem piada: A Louca que calou o mundo, fazendo com que estes em vez de falar se riam. Quando penso nisso rio, bastante alto, fazendo a gargalhada ressoar deixando cegos, e pessoas intituladas de normais a olhar para mim e a desejar não me terem encontrado naquele exacto momento. Tem piada pois são nesses momentos que me sinto autentica, talvez a minha autenticidade tenha a ver com o que tento fazer, por vezes acho engraçado o simples facto de ser diferente.
Vejo todos os dias pessoas preocupadas com o seu dia a dia enquanto eu me debruço sobre questões que nenhum filosofo conseguiu responder, e me interrogo se o meu destino será resumir-me ao meu mundo de ideias sem pensar que existe algum tipo de vida para alem daquilo que penso.... Se calhar é esse o verdadeiro motivo pelo qual estranhamente me interesso pelo ininteressavel que qualquer ser humano normal se mostra incapaz de interessar, fazendo a razão deixar de ser razão, e elevando-a  a um nível que ela própria desconhece.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Emoção

Ultimamente tenho pensado mais que o normal. A vida tem me dado a conhecer apenas o seu lado mais negro e sombrio, é um facto que apenas conheço uma parte da vida, pois só a pouco me apercebi que não era a vida que se encontrava no local errado mas sim eu.
Percorro o meu subconsciente em busca de respostas aos mais diversos temas e não as encontro. Formulo teorias em segredo escondidas e deixadas ao acaso na grande mesa sobre uma pilha de papeis. 
Tento fazer uma limpeza apressada á casa pois há que estar preparada para a chegada de novos pensamentos, e não consigo, a carga a que sou sujeita faz-me ultrapassar o meu limite humano e chega a elevar ao cubo a verdadeira franqueza com que a escrevo. Nenhuma ciência algum dia se atreveu a tentar desifrar-me pois o código de acesso era impossível de descodificar ate para os maiores génios que a nossa mortal sociedade conhece.
Apenas um código formado por meros dígitos, talvez um código binário, não sei bem, pois nem eu o consegui decifrar para conseguir sair, da prisão mental em que me encontro.
Criei tudo o que conheço, os amigos, a família, a casa, o carro, o amor que deveras devia sentir e não sinto, tudo não passa de ilusão.
Meu corpo não passa de um pretexto para fingir que existo, no meio de todas as coisas!
Ah! Como me pesa esta condenação, e todas as coisas que desconheço. Como me magoa não saber ter emoções, e conseguir agarra-las para as puder sentir na pele!

domingo, 25 de dezembro de 2011

Natal

O modo como me expresso em relação a esta epoca do ano é bastante distante do da minha familia.
Não vejo qualquer utilidade na celebração do Natal, na base da minha razão não posso apresentar qualquer tipo de argumentos firmes que me levem a desejar dizer-vos que não o celebro porque tenho razões para não o fazer.
As minhas razões transcendem o mundo comum onde as pessoas normais que se cruzam diariamente vivem, e é isso que as torna minhas por completo. No mundo onde vivo não existe Natal, pois no mundo dos pensamentos e ideias onde acento e me encontro apenas faz com que eu dé aso a criatividade e a ideias sem sentido algum. Acreditar em algo que não tenho razões para querer seria o mesmo que morrer em vida, no pouco movimento que acontece no sitiu onde vivo, prefiro olhar simplesmente para as pessoas que alegremente a celebram como algo magico. Nunca conseguirei ver o Natal como algo unico. Por cada frase que me dizem surgem na minha cabeça 1000 perguntas e é em tentar responder ás mesmas que me centro. Admito que sentirei saudades quando um dia as pessoas não o celebrarem mais, mas as minhas saudades são algo que não compreendo que me deixa confusa na minha própria confusão.
Existem sentimentos que o proprio homem não consegue explicar. Olhar para fora de mim mesma faz com que encare o mundo com diferentes prespectivas que me ajudam a reflectir sobre o mundo e sobre mim, pois não existe nada mais triste que um louco sem locura.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Borboleta

Conheci um alguem, alguem que ao inicio desejei ser alguem, deixei-me levar, a emoçao superou a razão.
Esse alguem tornousse uma pessoa, com a qual eu ri, desabafei, conversei, chorei. Tornou-se alguem especial por quem me apaixonei e que me enganou e me cativou directamente para a sua armadilha mortal.
Não quiz saber!
Sabia ter a certeza daquilo que pretendia ter e seguir, mas enganei-me, por vezes aconteçe.
Eu tentei dizer a mim mesma que tudo estava bem e que nao me tinha magoado durante tanto tempo, tempo esse que eu queria que passasse devagar e que as boas memorias nao chegassem e apenas o presente predurasse e o tempo parasse apenas porque lhe pedi para o fazer.
Mas enganei-me, fui tola!
O tempo passou e tudo mudou num minuto.
Vi os dias coloridos acabar e as petalas da flor a serem arrancadas uma por uma, maguando-me e arrancando-me a esperança que ainda me restava. Tudo havia sido gasto sobrando apenas aquele vazio, que ninguem sabia o que é.
Tornousse tudo em algo que ninguem sabia o que é, e se soubessem o que saberiam.
O momento chegou, encontro-me comberta por um lençol branco, que ninguem julga conhecer, passei apenas a ser alguem.
Nesse momento desejei que quando me fosse retirado o lençol eu nao estivesse mais ali, há espera que algo ou alguem me retirasse, desejei ser uma borboleta e ser livre de voar para longe, desejei nunca ter conhecido aquele alguem, apenas gostaria que a vida voltasse ao normal.
E que aquilo que se aparentava tao real nao passasse de um mero pesadelo do qual no dia seguinte no meio de gritos e de confusao, eu acordava e me via deitada na minha cama, num mundo escuro, coberto de flores, que o tornariam mais feliz!
Ha sentimentos que nos magoam!
Arracaram-me tudo, foi dificil convencer-me e abrir os olhos e perceber que por muito que lutasse ficar quieta seria mais facil, mas a minha teimosia venceu, e a minha esperança ergueu-se de novo, e tudo recomeçou.
Agora depois de tudo digo com a certeza que foste o maior erro que fiz, arrancas-te-me tudo e nao me deste nada onde me agarrar deixaste-me despida, numa rua cheia de gente, obrigaste-me a chorar e a pedir ajudar a quem nao ajudou. Chorei tantas vezes e tu nunca ligas-te mesmo assim nao consegui!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Escrita

É algo mágico que me faz querer tentar.
É algo que me ajuda a sonhar.
É um dom sem presisar de condão.
É algo que vêm do coração.

Escrever faz parte de mim
Cada rima sai de mim 
É algo unico
Que me faz querer dizer sim

Não afirmo ser poeta
Pois poeta nao sou 
Afirmo ser apenas uma letra
Feita de papel
Pintada numa folha com água e pincel.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Pagina de um diario

Apetecia-me escrever, peguei num papel e fiz riscos, para mim faziam todo o sentido, mas para a maioria, sempre que mostrava o que havia escrito ninguém parecia entender.
Era uma escrita diferente, era algo fora do comum que nunca ninguém havia visto. Preocupados os meus pais levaram-me ao psicólogo, tentaram fazer-me entender que ao escrever daquela estranha maneira, nunca ninguém iria entender a beleza das minhas palavras.
Nunca pensei que escrever assim fosse pecado, considerava-me um escritor nato, alguém que havia nascido com capacidades fora do comum, tudo o que escrevia para mim era pura arte.
Um risco aqui, mais outro em cima, e outro ao lado, e outro em cima dos anteriores e assim a minha obra de arte nascia, mas ninguém parecia saber aprecia-la.
O psicólogo dizia-me que aquela escrita e o que eu dizia e sonhava não passava de mera ilusão fruto da minha cabeça e que talvez eu não fosse assim tão bom como me julgava, nunca lhe dei ouvidos, pois o meu coração sabia o que realmente estava a escrever.
Com o tempo cresci e deixei de escrever. Apenas escrevia na escola, e nas mensagens que mandava aos meus amigos, havia-me esquecido do quanto aquelas mensagens haviam sido importantes.
Tornei-me adulto, e encarei responsabilidades, esquecendo-me do que realmente importava, numa noite ao vasculhar as minhas coisas em busca de uma abre latas deparei-me com aquilo que me era desconhecido: uma folha com riscos, ao inicio pensei queima-la, afinal não me fazia falta alguma, mas algo me impediu. Tentei decifrar o que dizia pois parecia-me escrita, durante semanas esqueci tudo, o trabalho, as reuniões, as contas, tudo!
Decifrar aquelas folhas era o que me preocupava, não sabia de onde haviam vindo, nem porque estavam assinadas por mim, sabia apenas que não sabia o que diziam e que queria saber.
Um dia farto de tentar decifra-las sai de casa e encontrei uma criança sozinha na rua, preocupado com a mesma perguntei-lhe o que fazia ali, a criança apenas respondeu ninguém compreende o que escrevo nem porque escrevo por isso fugi. Na esperança de conseguir decifrar a mensagem pedi-lhe que esperasse ali, até que eu voltasse pois ia casa buscar algo, a criança assim o fez, voltei com aquelas folhas e pedi-lhe que lesse o que diziam, a criança assim o fez.
Depois de ler a criança chorou eu nao entendia porque, até que ela me explicou e leu o que aquelas folhas diziam e aí lembrei-me do que havia escrito, e percebi que havia esquecido os meus sonhos.
A partir desse dia dediquei-me a escrita e este foi o primeiro texto que escrevi.